Tirinhas sobre o assunto
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Fome
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Uma série de fracassos na agricultura causou uma falta de grãos, consequentemente elevando o preço do pão. Uma vez que o pão era a principal fonte de nutrição para os camponeses, isto levou à inanição. Os dois anos anteriores à revolução (1788-1789) viu colheitas ruins e invernos rigorosos, possivelmente devido a um forte ciclo El Niño6 causado pela erupção do Laki na Islândia, em 1783.7 A pequena idade do gelo também estava afetando a agricultura: muitas outras áreas da Europa havia adotado a batata como um alimento básico nesta época, porém os franceses a recusaram como comida suja ou a comida do diabo. A batata era mais resistente a temperaturas baixas durante a pequena era do gelo e não era facilmente destruída pela tática de guerra de terra queimada.8 Muitos camponeses contavam com a caridade para sobreviver, e tornaram-se uma classe com a ambição de contratacar a desigualdade social e colocar um fim a falta de alimento. O 'tumulto do pão' evoluiu para uma causa central da Revolução Francesa. Urbanização em massa coincidindo com o início da Revolução Industrial levou os residentes a se mudarem para as cidades francesas procurando emprego, gerando a uma superlotação que piorou as condições de vida.
A história da Revolução
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Pode se dizer que a
Revolução Francesa teve relevante papel
nas bases da sociedade de uma época, além de ter sido um marco divisório da
história dando início à idade contemporânea.
Foi um acontecimento
tão importante que seus ideais influenciaram vários movimentos ao redor do
mundo, dentre eles, a nossa Inconfidência Mineira.
Esse movimento teve a
participação de vários grupos sociais: pobres, desempregados, pequenos
comerciantes, camponeses (estes, tinham que pagar tributos à nobreza e ao
clero).
Em 1789, a população
da França era a maior do mundo, e era dividida em três estados: clero (1º
estado), nobreza (2º estado) e povo (3º estado).
Clero
Alto clero (bispos,
abades e cônicos)
Baixo clero
(sacerdotes pobres)
Nobreza
Nobreza cortesã
(moradores do Palácio de Versalhes)
Nobreza provincial
(grupo empobrecido que vivia no interior)
Nobreza de Toga
(burgueses ricos que compravam títulos de nobreza e cargos políticos e
administrativos)
Povo
Camponeses
Grande burguesia
(banqueiros, grandes empresários e comerciantes)
Média burguesia
(profissionais liberais)
Pequena burguesia
(artesãos e comerciantes)
Sans-culottes
(aprendizes de ofícios, assalariados, desempregados). Tinham este nome porque
não usavam os calções curtos com meias típicos da nobreza.
O clero e a nobreza
tinham vários privilégios: não pagavam impostos, recebiam pensões do estado e
podiam exercer cargos públicos.
O povo tinha que
arcar com todas as despesas do 1º e 2º estado. Com o passar do tempo e influenciados
pelos ideais do Iluminismo, o 3º estado começou a se revoltar e a lutar pela
igualdade de todos perante a lei. Pretendiam combater, dentre outras coisas, o
absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza e do clero.
A economia francesa
passava por uma crise, mais da metade da população trabalhava no campo, porém,
vários fatores ( clima, secas e inundações), pioravam ainda mais a situação da
agricultura fazendo com que os preços subissem, e nas cidades e no campo, a
população sofria com a fome e a miséria.
Além da agricultura,
a indústria têxtil também passava por dificuldades por causa da concorrência
com os tecidos ingleses que chegavam do mercado interno francês. Como
conseqüência, vários trabalhadores ficaram desempregados e a sociedade teve o
seu número de famintos e marginalizados elevados.
Toda esta situação
fazia com que a burguesia (ligada à manufatura e ao comércio) ficasse cada vez
mais infeliz. A fim de contornar a crise, o Rei Luís XVI resolveu cobrar
tributos ao povo (3º estado), em vez de fazer cobranças ao clero e a nobreza.
Sentindo que seus
privilégios estavam ameaçados, o 1º e 2º estado se revoltaram e pressionaram o
rei para convocar a Assembléia dos Estados Gerais que ajudaria a obrigar o povo
a assumir os tributos.
Essa atitude prejudicou
a nobreza que não tinha consciência do poder do povo e também porque as
eleições para escolha dos deputados ocorreram em um momento favorável aos
objetivos do 3º estado, já que este vivia na miséria e o momento atual do país
era de crise econômica, fome e desemprego.
Em maio de 1789, após
a reunião da Assembléia no palácio de Versalhes, surgiu o conflito entre os
privilegiados (clero e nobreza) e o povo.
A nobreza e o clero,
perceberam que o povo tinha mais deputados que os dois primeiros estados
juntos, então, queria de qualquer jeito fazer valer o voto por ordem social. O
povo (que levava vantagem) queria que o voto fosse individual.
Para que isso
acontecesse, seria necessário uma alteração na constituição, mas a nobreza e o
clero não concordavam com tal atitude. Esse impasse fez com que o 3º estado se
revoltasse e saísse dos Estados Gerais.
Fora dos Estados
Gerais, eles se reuniram e formaram a Assembléia Nacional Constituinte.
O rei Luís XVI tentou
reagir, mas o povo permanecia unido, tomando conta das ruas. O slogan dos
revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Em 14 de julho de
1789 os parisienses invadiram e tomaram a Bastilha (prisão) que representava o
poder absoluto do rei, já que era lá que ficavam os inimigos políticos dele.
Esse episódio ficou conhecido como "A queda da Bastilha".
O rei já não tinha
mais como controlar a fúria popular e tomou algumas precauções para acalmar o
povo que invadia, matava e tomava os bens da nobreza: o regime feudal sobre os
camponeses foi abolido e os privilégios tributários do clero e da nobreza
acabaram.
No dia 26 de agosto
de 1789 a Assembléia Nacional Constituinte proclamou a Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão, cujos principais pontos eram:
- O respeito pela
dignidade das pessoas
- Liberdade e
igualdade dos cidadãos perante a lei
- Direito à
propriedade individual
- Direito de
resistência à opressão política
- Liberdade de
pensamento e opinião
Em 1790, a Assembléia
Constituinte reduziu o poder do clero confiscando diversas terras da Igreja e
pôs o clero sob a autoridade do Estado. Essa medida foi feita através de um
documento chamado “Constituição Civil do Clero”. Porém, o Papa não aceitou essa
determinação.
Sobraram duas
alternativas aos sacerdotes fiéis ao rei.
1. Sair da França
2. Lutar contra a
revolução
Muitos concordaram
com essa lei para poder permanecer no país, mas os insatisfeitos fugiram da
França e no exterior decidiram se unir e formar um exército para reagir à
revolução.
Em 1791, foi
concluída a constituição feita pelos membros da Assembléia Constituinte.
Principais tópicos
dessa constituição
- Igualdade jurídica
entre os indivíduos
- Fim dos privilégios
do clero e nobreza
- Liberdade de
produção e de comércio (sem a interferência do estado)
- Proibição de greves
- Liberdade de crença
- Separação do estado
da Igreja
- Nacionalização dos
bens do clero
- Três poderes
criados (Legislativo, Executivo e Judiciário)
O rei Luís XVI não
aceitou a perda do poder e passou a conspirar contra a revolução, para isso
contatava nobres emigrados e monarcas da Áustria e Prússia (que também se
sentiam ameaçados). O objetivo dos contra-revolucionários era organizar um
exército que invadisse a França e restabelecesse a monarquia absoluta (veja
Absolutismo na França).
Em 1791, Luís XVI
quis se unir aos contra-revolucionários e fugiu da França, mas foi reconhecido,
capturado, preso e mantido sob vigilância.
Em 1792, o exército
austro-prussiano invadiu a França, mas foi derrotado pelas tropas francesas na
Batalha de Valmy. Essa vitória deu nova força aos revolucionários franceses e
tal fato levou os líderes da burguesia decidir proclamar a República (22 de
setembro de 1792).
Com a proclamação, a
Assembléia Constituinte foi substituída pela Convenção Nacional que tinha como
uma das missões elaborar uma nova constituição para a França.
Nessa época, as
forças políticas que mais se destacavam eram as seguintes:
Girondinos: alta burguesia
Jacobinos: burguesia (pequena e média) e o proletariado de Paris.
Eram radicais e defendiam os interesses do povo. Liderados por Robespierre e
Saint-Just, pregavam a condenação à morte do rei.
Grupo da Planície: Apoiavam sempre quem estava no poder.
Mesmo com o apoio dos
girondinos, Luís XVI foi julgado e guilhotinado em janeiro de 1793. A morte do
rei trouxe uma série de problemas como revoltas internas e uma reorganização
das forças absolutistas estrangeiras.
Foram criados o
Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário (responsável pela morte
na guilhotina de muitas pessoas que eram consideradas traidoras da causa
revolucionária).
Esse período ficou
conhecido como “Terror”, ou "Grande Medo", pois os não-jacobinos
tinham medo de perder suas cabeças.
Começa uma ditadura
jacobina, liderada por Robespierre. Durante seu governo, ele procurava
equilibrar-se entre várias tendências políticas, umas mais identificadas com a
alta burguesia e outras mais próximas das aspirações das camadas populares.
Robespierre conseguiu
algumas realizações significativas, principalmente no setor militar: o exército
francês conseguiu repelir o ataque de forças estrangeiras.
Durante o governo
dele vigorou a nova Constituição da República (1793) que assegurava ao povo:
- Direito ao voto
- Direito de rebelião
- Direito ao trabalho
e a subsistência
Continha uma
declaração de que o objetivo do governo era o bem comum e a felicidade de
todos.
Quando as tensões
decorrentes da ameaça estrangeira diminuiram, os girondinos e o grupo da
planície uniram-se contra Robespierre que sem o apoio popular foi preso e
guilhotinado em 1794.
Após a sua morte, a
Convenção Nacional foi controlada por políticos que representavam os interesses
da alta burguesia. Com nova orientação política, essa convenção decidiu
elaborar outra constituição para a França.
A nova constituição
estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo
Diretório (1795 - 1799). Neste período houve várias tentativas para controlar o
descontentamento popular e afirmar o controle político da burguesia sobre o
país.
Durante este período,
a França voltou a receber ameaças das nações absolutistas vizinhas agravando a
situação.
Nessa época, Napoleão
Bonaparte ganhou prestígio como militar e com o apoio da burguesia e do
exército, provocou um golpe.
Em 10/11/1799, Napoleão
dissolveu o diretório e estabeleceu um novo governo chamado Consulado. Esse
episódio ficou conhecido como 18 Brumário.
Com isso ele
consolidava as conquistas da burguesia dando um fim para a revolução.
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